As Belezas e Cousas do Pará

Colunista Nicias Ribeiro
 

 

 

 

 

 

 

 

Nicias Ribeiro [*]
 

BELÉM DO PARÁ [ ABN NEWS ] — Dia desses assisti a um documentário mostrando o rio São Francisco, desde a sua nascente, em Minas, até a sua foz em Alagoas, logo depois da hidrelétrica de Xingó. E confesso que fiquei impressionado com a beleza remanescente do Velho Chico, o rio da integração nacional, não só por suas águas límpidas e seus bancos de areia, mas, especialmente, pelos barcos de madeira que, ainda, transportam pessoas e mercadorias na região, o que lembrou os rios do Pará, principalmente os da ilha do Marajó. E imaginei: se as pessoas ficam encantadas com o rio São Francisco, o que não diriam se vissem o rio Tapajós, com suas águas branco-esverdeadas e os quilômetros de praias de areia, branquíssima, em suas margens? Isso sem falar nos imensos bancos de areia no seu meio, semelhantes aos do rio São Francisco e que, no Tapajós, alguns são utilizados pelas tartarugas para a desova e a chocagem dos seus ovos, daí serem chamados de “tabuleiro das tartarugas”, dentre os quais cito o de “Monte Cristo”, logo acima de Fordilândia.

Contudo, se as belezas do Tapajós não satisfazerem aos olhos exigentes do telespectador, o que duvido muito, basta mostrar o Arapiuns – seguramente o rio mais belo do planeta e cuja foz situa-se em frente à Alter-do-Chão – a praia que o jornal “The Gardian”, da Inglaterra, classificou como a mais bela do Brasil. E quem duvidar das belezas de que falo, vá a Santarém e chegue até o rio Arapiuns e conheça aquela exuberante natureza, e cuja beleza é inigualável, principalmente depois das cachoeiras.

Ah!… se um documentário como esse fosse produzido e veiculado pela Rede Globo de Televisão? Os telespectadores iriam imaginar que estavam vendo o paraíso, tais as belezas que seriam mostradas. Algumas, tenham certeza, indescritíveis e inimagináveis.

Mas, já que estou falando de beleza, não posso esquecer o rio Xingu, com suas águas verde-escuras e as centenas de quilômetros de praias, de areia branquíssima, ocupando as suas margens; bem como o “tabuleiro das tartarugas” em frente à cidade de Senador José Porfírio, a antiga Souzel. E o Tocantins?… O que dizer de suas belas praias, hoje acessíveis à população de Belém, graças a pavimentação da PA 151, e, em breve, sem o desconforto da travessia da balsa no rio Igarapé-Miri, graças a construção da ponte de concreto que está em obras.

Aliás, em termos de beleza, é difícil escolher entre os rios Tapajós, Xingu e Tocantins, uma vez que eles são semelhantes entre si, até no regime hidrológico e nos potenciais hidrelétricos. Contudo, as belezas desses rios só podem ser percebidas em sua verdadeira grandeza, no período do verão amazônico (agosto a dezembro), quando as águas estão baixas e as praias ficam descobertas.

Todavia, se o nosso hipotético repórter decidir voltar na época das enchentes, em pleno inverno amazônico, sugiro que sejam mostradas as belezas do lago do “Cuçarí”, em frente à cidade de Monte Alegre, e, do lago do “Curuá” em Almeirim; ambos no rio Amazonas. Sem esquecer, é claro, dos nossos “pantanais”, nos campos naturais de várzea do rio Quati, no baixo Xingu e da Ilha do Marajó, onde os pássaros, das mais variadas cores, impressionam a qualquer visitante. Além disso, tem, ainda, as belezas fascinantes de vários outros rios, como o Jarí, o Trombetas e o Nhamundá; bem como a intrigante “pedra escrevida” (é escrevida mesmo), no alto rio Pacajá, próximo a Transamazônica; bem como um anfiteatro com um trono e um relógio do sol, talhados na pedra, no meio do alto rio Anapú; os estranhos lagos “verde” e “azul” na BR-163, próximos a Rurópolis, cujo líquido, sem oxigênio, tem fluxo e refluxo; as inúmeras cavernas, algumas subterrâneas, situadas em paralelo ao traçado da Transamazônica; as ruínas de um aeroporto em Monte Alegre, citadas no livro “Eram os Deuses Astronautas?” – o best seller de Erich Von Däniken, nos anos 70. As fontes de águas termais em Monte Alegre, além de suas cavernas e do seu inigualável “ninhal das garças”. A “cidade dos deuses” de Alenquer… Enfim, são essas belezas que só o Pará tem, que precisam ser mostradas ao Brasil e ao mundo, até mesmo para que o paraense tenha orgulho deste imenso, rico e belo pedaço de chão, que se chama Pará.

[*] Nicias Ribeiro, Especialista em Energias, é Articulista e Engenheiro Eletrônico.

 


 


 

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